If My Heart Could Only Walk, de Artur Aleixo (edição de autor)
Composição e paginação de Tiago Santos
Desenho de Andreas Vesalius
Este 2º livro de poesia do Artur Aleixo (edição de autor) revelou-me a Morte, não como algo que nos espera, mas como entidade que nos (per)segue no nosso quotidiano. Embora se faça sentir mais intensamente quando perdemos alguém (seja pelas mãos da própria Morte ou do Amor) ou algo. É no tic-tac do relógio que ela lentamente se revela, no tempo perdido numa fila de trânsito, numa aula de Mineralogia...
(In)conscientemente os nossos corpos têm esta percepção e reagem com violência. É esta tomada de consciência que nos torna seres prenhes de imediatismo - "ávidos de prazer e esquecimento". Penso que são estes os únicos elementos que tornam suportável a nossa estranha condição.
Aqui fica um dos meus poemas favoritos...
(In)conscientemente os nossos corpos têm esta percepção e reagem com violência. É esta tomada de consciência que nos torna seres prenhes de imediatismo - "ávidos de prazer e esquecimento". Penso que são estes os únicos elementos que tornam suportável a nossa estranha condição.
Aqui fica um dos meus poemas favoritos...
Keine Melodie
Passeámos no último dia
do Sudoeste, apartando o corpo
da despedida. A relva, massacrada,
deixará de ressaltar após ser pisada;
prenunciava a ausência de futuro
para o que designáramos: encontros
sem importância. Razoável inconsciência
- afinal, surgimos do amor e à morte
com a mesma destreza - a de corpos
fatigados e cruéis, ávidos de prazer
e esquecimento - a luxúria suprema.
do Sudoeste, apartando o corpo
da despedida. A relva, massacrada,
deixará de ressaltar após ser pisada;
prenunciava a ausência de futuro
para o que designáramos: encontros
sem importância. Razoável inconsciência
- afinal, surgimos do amor e à morte
com a mesma destreza - a de corpos
fatigados e cruéis, ávidos de prazer
e esquecimento - a luxúria suprema.
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