Que hei-de eu fazer?! Eu tão nova e desamparada... Quando o amor, Me entra de repente P´la porta da frente, E fica a porta escancarada Vou-te dizer, A luz começou em frestas Se fores a ver, Enquanto assim durares Se fores amado e amares, Dirás sempre palavras destas P´ra te ter, P´ra que de mim não te zangues Eu vou-te dar, A pele, o meu cetim Coração carmesim, As carnes e com elas sangues
Às vezes o amor ] No calendário, noutro mês, é dor [ é cego e surdo e mudo E o dia tão diário disso tudo
E se um dia a razão, Fria e negra do destino Deitar mão, À porta, à luz aberta Que te deixe liberta, E do pássaro se ouça o trino Por te querer, Vou abrir em mim dois espaços P´ra te dar Enredo ao folhetim, A flor ao teu jardim As pernas e com elas braços
Mas se tudo tem fim Porquê dar ao amor guarida? Mesmo assim, Dá princípio ao começo Se morreres só te peço...Da morte volta sempre em vida
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